O que não falta no mundo é informação. Vivemos imersos em um mar de notícias, dados, pesquisas, arquivos e almanaques eletrônicos simples de serem acessados, a qualquer hora, em qualquer lugar do planeta muito facilmente. Sob o signo da abundância e da diversidade, a sociedade jamais teve em mãos tantas alternativas para aplacar a sua sede de informação.
O que é realmente novo, cada vez mais graças à técnica e como resposta a um imperativo social, é que o consumidor de mídia retomou a iniciativa. Ele não quer mais se submeter, e não se submete mais; ele escolhe os programas para marcar a sua independência; ele chega até a organizá-los, para assumir sua personalidade de maneira mais completa. Isso diz respeito a todas as mídias especializadas ou de grande público, escritas ou eletrônicas. Trata-se de um movimento profundo. (DORDOR, 2007).
Acontece porém, que o futuro publicitário das mídias passa pela audiência. Segundo Dordor (2007) trata-se de algo evidente que, no entanto, convém lembrar. Para as mídias de massa, o futuro passa pela força da audiência ao custo mais baixo. Paralelamente é perceptível que as audiências evoluíram de uma recepção de massa para um consumo cada vez mais individualizado dos meios, já que presenciamos um considerável incremento e aumento das mídias.
Antigamente, as mensagens não podiam ser diferenciadas, sendo destinadas à maior audiência possível; a palavra de ordem era homogeneizar gostos e opiniões. Essa estratégia, que hoje parece um tanto deslocada, há alguns anos atendia com relativa precisão às necessidades de uma incipiente sociedade industrial. Com o passar dos anos e com a utilização de novas tecnologias que permitiram pesquisas de audiência mais precisas, chegou-se a grupos mais específicos, os nichos de mercado, como conhecemos hoje. Esses nichos são pessoas reunidas, por diversos motivos, em determinados grupos de acordo com idade, sexo, gostos e classe social, por exemplo. Esses grupos serviram, durante anos, como base para o direcionamento tanto da programação, como da publicidade para audiências mais específicas. Hoje, precisamos identificar maneiras de afinar ainda mais as audiências para um consumo de fato individualizado do meio.(FERRARIO, 2006). Estamos diante da mídia do “eu”, ou da “eu-mídia”.
Se, para a “eu-mídia”, a audiência continua sendo prioritária, é o vínculo mídia-indivíduo que é mais forte; o volume de audiência é soma dessas relações individuais.