sexta-feira, 19 de abril de 2013

O entretenimento digital: um convite à participação e ao engajamento


Karla Patriota e Olga Siqueira

Desde o surgimento dos primeiros meios de comunicação, a audiência procurou manter um diálogo com os produtores de entretenimento. Leitores de revistas utilizavam as conhecidas “cartas do leitor” para exprimirem suas opiniões, ouvintes telefonavam para as rádios para solicitar músicas de sua preferência ou tecer algum comentário sobre o tema que estava sendo debatido e telespectadores votavam em seus candidatos prediletos em programas de calouros. Sempre foi patente a necessidade de expressão dos receptores e, à medida que os suportes midiáticos foram incorporando mais recursos tecnológicos, essa comunicação de mão dupla foi ganhando força, como pode ser conferido com a atual realidade dos meios digitais.

Ao dispor das facilidades dos dispositivos móveis e da web, os internautas ampliaram seus canais de conversação e passaram a emitir suas impressões – críticas, comentários, elogios - acerca de marcas, produtos e serviços. A prática da recomendação ganhou força com as trocas propiciadas pelo ambiente digital, mais especificamente com os sites de redes sociais, e o consumidor tornou-se uma espécie de formador de opinião, posto antes conferido às celebridades dos comerciais, apresentadores em ações de merchandising ou ainda jornalistas, dentro do conteúdo editorial dos veículos. Informações outrora destinadas aos círculos de familiares e amigos, passam a compor o histórico de experiências ligadas à marca e servem para auxiliar a decisão de compra de novos usuários e, em última instância, construir um posicionamento institucional mais sólido.

O formato híbrido, que une publicidade e entretenimento, deve, nesse sentido, explorar assuntos de interesse do público, pois com o turbilhão de informações circulando dentro e fora do espaço digital, temas que dizem respeito às suas preferências possuem mais chances de serem discutidos e compartilhados de forma espontânea. Qualquer ação elaborada para promover a participação precisa reforçar crenças e valores do target.   

Não é à toa, portanto, que o entretenimento se constitui como um eficiente caminho para promover a ampla participação. Momentos ligados ao lazer e prazer, principalmente os mais imersivos – com o auxílio dos recursos de texto, som e imagem dos novos meios, atraem naturalmente essa audiência ávida por experiências únicas. E do ponto de vista mercadológico, além de demonstrar atributos como inovação e pioneirismo do anunciante diante dos principais envolvidos, dificulta a cópia desenfreada da concorrência.

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